Instituto João Simões Lopes Neto foi criado em 1999. Sua casa foi inaugurada em 9 de dezembro de 2005. |
A comédia opereta “Os Bacharéis” – com música de Manuel Acosta y Olivera, sobre o libreto de João Simões Lopes Neto e José Gomes Mendes – foi “reestreada” ante uma plateia de convidados na sexta-feira 9 de dezembro de 2005, no Teatro Sete de Abril, mesmo cenário da estreia (v. reportagem do Diário Popular Os Bacharéis continua atual). A apresentação anterior havia sido em 1914, e a motivação central do grande esforço (de pesquisa e de interpretação artística) foi abrilhantar a inauguração, naquele dia, da Casa do Instituto João Simões Lopes Neto.
Não foi meramente uma nova apresentação, mas uma reconstrução de toda a obra, fruto do trabalho esmerado de especialistas do Conservatório de Música da UFPel. Como só se dispunha do texto escrito e de algumas partituras para piano, houve que fazer uma reconstituição, encaixando as falas com as melodias, e uma orquestração de acordo com a original e no estilo da música que se usava nos teatros. Foram assim recuperadas 13 peças dentro da obra completa de 20 canções. Por outro lado, o texto também foi abreviado, para ficar na duração de 90 minutos, sem intervalo.
Se hoje já não é fácil constituir orquestras em Pelotas, em 1894 – sem um Conservatório de Música – deve ter sido uma proeza para o maestro uruguaio Manuel Acosta compor, reger e promover o trabalho orquestral desta obra, além de outras que fazia. Naquele ano, o sucesso de “Os Bacharéis” foi tal, que houve até um convite para levá-la ao Rio de Janeiro.
A esta reestreia que muito honrou Pelotas assistiram altas autoridades estaduais, municipais e do Conservatório, além de artistas como Tarcísio Filho, descendente de pelotenses, e a atriz Carmen Silva, nossa conterrânea. O Sete de Abril não cabia em si de tão orgulhoso; dezenas de cadeiras extras foram necessárias, nos corredores laterais. O público sorria, surpreendido por delicados detalhes – como o programa, por exemplo: um livrinho de 88 páginas, trazendo artigos, documentos gráficos e o libreto completo.
Não foi meramente uma nova apresentação, mas uma reconstrução de toda a obra, fruto do trabalho esmerado de especialistas do Conservatório de Música da UFPel. Como só se dispunha do texto escrito e de algumas partituras para piano, houve que fazer uma reconstituição, encaixando as falas com as melodias, e uma orquestração de acordo com a original e no estilo da música que se usava nos teatros. Foram assim recuperadas 13 peças dentro da obra completa de 20 canções. Por outro lado, o texto também foi abreviado, para ficar na duração de 90 minutos, sem intervalo.
Se hoje já não é fácil constituir orquestras em Pelotas, em 1894 – sem um Conservatório de Música – deve ter sido uma proeza para o maestro uruguaio Manuel Acosta compor, reger e promover o trabalho orquestral desta obra, além de outras que fazia. Naquele ano, o sucesso de “Os Bacharéis” foi tal, que houve até um convite para levá-la ao Rio de Janeiro.
A esta reestreia que muito honrou Pelotas assistiram altas autoridades estaduais, municipais e do Conservatório, além de artistas como Tarcísio Filho, descendente de pelotenses, e a atriz Carmen Silva, nossa conterrânea. O Sete de Abril não cabia em si de tão orgulhoso; dezenas de cadeiras extras foram necessárias, nos corredores laterais. O público sorria, surpreendido por delicados detalhes – como o programa, por exemplo: um livrinho de 88 páginas, trazendo artigos, documentos gráficos e o libreto completo.
"Os Bacharéis" no Sete de Abril, dezembro de 2005 |
A história se centra em Pombinho e Caricina, dois jovens que são impedidos de casar, por arte de um bacharel, apaixonado pela moça. A razão aduzida pelo advogado é um enredo de parentescos, abrindo-se então um leque de motivos para satirizar os costumes da época, que ainda são da nossa: a fofoca e a hipocrisia, a malandragem de políticos, a relação de domínio entre marido e mulher, a Igreja “em cima do muro” etc. Passam os anos, Pombinho estuda Direito e termina descobrindo, como “doutor”, que não havia impedimento legal para casar... Que retrato do nosso Brasil!
A linguagem original, cheia de rimas e trocadilhos, foi conservada em grande parte mas se compreendia bem, especialmente com a excelente pronúncia e projeção vocal dos atores, todos gaúchos, dirigidos por Elcio Rossini, que também se ocupou da cenografia e da adaptação do texto. Quando surgia alguma palavra desusada, a expressão cênica, vocal e gestual, muito bem pensada, ajudava a entender e a se identificar com as personagens.
Também pareceu adequado que os atores não fossem cantores líricos, por tratar-se de música ligeira, com o sentido de aproximar ao espectador a mensagem do texto. Daí o seu sucesso tão grande, ontem e sempre.
O maestro Cláudio Ribeiro, que também domina bem a expressão cênica, foi a batuta firme que manteve a agilidade e o interesse em todo momento, conduzindo a sintonia dos doze atores no palco com os dezenove músicos no fosso, imprimindo graça, solenidade ou malícia às mazurcas, valsas, marchas, tango e outros ritmos.
Esperamos que todos os apoios institucionais e os talentos pessoais que temos em Pelotas e no Rio Grande do Sul nos sigam proporcionando joias como esta versão d'Os Bacharéis e o orgulho de ser gaúchos e pelotenses!
Fotos: UFPel (1), M. Vasconcellos (2)
A linguagem original, cheia de rimas e trocadilhos, foi conservada em grande parte mas se compreendia bem, especialmente com a excelente pronúncia e projeção vocal dos atores, todos gaúchos, dirigidos por Elcio Rossini, que também se ocupou da cenografia e da adaptação do texto. Quando surgia alguma palavra desusada, a expressão cênica, vocal e gestual, muito bem pensada, ajudava a entender e a se identificar com as personagens.
Também pareceu adequado que os atores não fossem cantores líricos, por tratar-se de música ligeira, com o sentido de aproximar ao espectador a mensagem do texto. Daí o seu sucesso tão grande, ontem e sempre.
O maestro Cláudio Ribeiro, que também domina bem a expressão cênica, foi a batuta firme que manteve a agilidade e o interesse em todo momento, conduzindo a sintonia dos doze atores no palco com os dezenove músicos no fosso, imprimindo graça, solenidade ou malícia às mazurcas, valsas, marchas, tango e outros ritmos.
Esperamos que todos os apoios institucionais e os talentos pessoais que temos em Pelotas e no Rio Grande do Sul nos sigam proporcionando joias como esta versão d'Os Bacharéis e o orgulho de ser gaúchos e pelotenses!
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