A Gaia Cultura e Arte estreou a peça poético-musical "Zaoris", de sua produção, na cidade de Natal (RN). A obra foi idealizada por Fernando Keiber para ser exibida em bairros da periferia de Porto Alegre, como uma elaboração teatral dos contos e lendas do pelotense João Simões Lopes Neto. No entanto, o espetáculo teve sua estreia antecipada (e transferida ao Rio Grande do Norte) por ter recebido o patrocínio do Ministério da Cultura como uma das ações culturais durante a Copa do Mundo (v. notícia da Tribuna do Norte).
Incluindo nove canções e duas esquetes sobre antigas lendas gaúchas relatadas por Simões há cem anos, a montagem foi encenada cinco vezes em Natal (de 20 a 24 de junho) por quatro atores, seis músicos e mais uma equipe de sete técnicos e produtores (v. resenha no portal Solto na Cidade).
No final do vídeo (acima) são identificados os nomes da equipe, todos gaúchos. Veja outras informações no sítio da Gaia Cultura e Arte e na sua página do Facebook.
O diário natalense Jornal de Hoje (leia notícia) anunciou este evento afirmando que os dois Estados (do sul e do norte) têm semelhanças culturais além das coincidências no nome: tanto no chão sulino como na secura do sertão, impõem-se a tradição pastoril e o uso da poesia como canal narrativo de histórias do folclore regional, escreve o editor. Isto não seria surpreendente se fossem vizinhos, mas estamos falando de uma distância de 4 mil km, em rota de estrada (v. mapa).
"Zaori" não está nos dicionários comuns em português. A palavra consta no "Vocabulário de J. Simões Lopes Neto", de Aldyr G. Schlee (2009), e no "Dicionário do Folclore Brasileiro" (1954), de Luís da Câmara Cascudo, que também se baseia no escritor pelotense (v. no sítio Jangada Brasil).
Segundo a pesquisa de Schlee, os zaoris aparecem 2 vezes nas "Lendas do Sul" (1913): numa descrição das lendas missioneiras e numa citação n' "A Salamanca do Jarau" (seção II). Sobre este livro centenário, leia o post Ciclo marca os 100 anos das Lendas do Sul.
Os zaoris são adivinhos lendários, de acordo ao mito espanhol que os denomina com termo de origem árabe (zahorí tem verbete no DRAE). Segundo a Wikipedia em espanhol, zahoríes são radiestesistas (pessoas que percebem radiações) ou rabdomantes, adivinhadores que encontram fluxos subterrâneos mediante uma varinha ou forquilha.
Uma outra aproximação entre o norte e o sul do Brasil se encontra justamente nos escritores acima citados: o gaúcho Simões Lopes Neto (1865-1916) e o natalense Câmara Cascudo (1898-1986). Mesmo distantes no tempo e no espaço, ambos foram pesquisadores de contos e lendas regionais. A obra e o nome de cada um deles são hoje cultivados por institutos culturais: o Ludovicus em Natal e o IJSLN em Pelotas (v. Facebook).
Fernando Keiber, diretor musical de "Zaoris", caracterizado como músico da peça |
No final do vídeo (acima) são identificados os nomes da equipe, todos gaúchos. Veja outras informações no sítio da Gaia Cultura e Arte e na sua página do Facebook.
O diário natalense Jornal de Hoje (leia notícia) anunciou este evento afirmando que os dois Estados (do sul e do norte) têm semelhanças culturais além das coincidências no nome: tanto no chão sulino como na secura do sertão, impõem-se a tradição pastoril e o uso da poesia como canal narrativo de histórias do folclore regional, escreve o editor. Isto não seria surpreendente se fossem vizinhos, mas estamos falando de uma distância de 4 mil km, em rota de estrada (v. mapa).
"Zaori" não está nos dicionários comuns em português. A palavra consta no "Vocabulário de J. Simões Lopes Neto", de Aldyr G. Schlee (2009), e no "Dicionário do Folclore Brasileiro" (1954), de Luís da Câmara Cascudo, que também se baseia no escritor pelotense (v. no sítio Jangada Brasil).
Segundo a pesquisa de Schlee, os zaoris aparecem 2 vezes nas "Lendas do Sul" (1913): numa descrição das lendas missioneiras e numa citação n' "A Salamanca do Jarau" (seção II). Sobre este livro centenário, leia o post Ciclo marca os 100 anos das Lendas do Sul.
Os zaoris são adivinhos lendários, de acordo ao mito espanhol que os denomina com termo de origem árabe (zahorí tem verbete no DRAE). Segundo a Wikipedia em espanhol, zahoríes são radiestesistas (pessoas que percebem radiações) ou rabdomantes, adivinhadores que encontram fluxos subterrâneos mediante uma varinha ou forquilha.
Uma outra aproximação entre o norte e o sul do Brasil se encontra justamente nos escritores acima citados: o gaúcho Simões Lopes Neto (1865-1916) e o natalense Câmara Cascudo (1898-1986). Mesmo distantes no tempo e no espaço, ambos foram pesquisadores de contos e lendas regionais. A obra e o nome de cada um deles são hoje cultivados por institutos culturais: o Ludovicus em Natal e o IJSLN em Pelotas (v. Facebook).
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