A ideia era fazer recitais, palestras, aulas, oficinas, lançamentos e atividades relacionadas somente com a música dos últimos 40 anos. O evento tem ido crescendo em todo sentido: público, obras, intérpretes e salas (veja a programação do III Contemporâneo, do IV Contemporâneo e o sítio do V Contemporâneo).
As atividades sempre eram em Porto Alegre, com músicos locais, alguns de Pelotas, de outros Estados e da Europa, pelo contato com o Goethe Institute. Até 2008, 32 concertos haviam apresentado 189 obras de 107 compositores, de 9 Estados brasileiros e mais 13 países, incluindo 59 estreias e 39 primeiras audições no Estado.
Em 2009 o festival se estendeu a Pelotas, onde recentemente foi criado o Núcleo de Música Contemporânea. Enquanto na Capital se realizaram nove concertos em duas semanas - com músicos de lá e daqui - parte da programação se reproduziu em nossa cidade em outros seis recitais. A coordenação geral ficou a cargo da pianista Joana Holanda, professora da UFPel desde 2006.
A programação do VI Contemporâneo se difundiu por um blogue, para obter interatividade com o público, mas, mesmo contendo boa informação, o veículo não foi bem trabalhado. Em parte alguma da internet estão disponíveis os programas de nenhum concerto desde 2004, sendo inclusive demorado encontrar e ler a programação geral de 2009.
Eis os recitais realizados em Pelotas, todos às 20h:
- 17-11 Música Eletroacústica – Auditório da Faculdade de Arquitetura.
- 19-11 Grupo Avante – Salão Milton de Lemos.
- 23-11 Lucia Cervini, "Ressonâncias do piano contemporâneo" – Salão Milton de Lemos.
- 24-11 Música de Câmara (piano e flauta) – Salão Milton de Lemos.
- 25-11 Música de Câmara (piano, flauta e trombone) – Salão Milton de Lemos.
- 26-11 Raul Costa d´Ávila, Thiago Colombo e Rogério Constante (flauta e violões) – Instituto Simões Lopes Neto.
A maior novidade instrumental foi a apresentação de José Milton Vieira (acima à dir.), trombonista principal da OSPA desde 2006, hoje com 22 anos de idade.
A técnica que mais me impressionou foi o tapping a duas mãos realizado por Thiago Colombo (esq.) no Paisaje Cubano con Campanas (1986), de Leo Brouwer. A percussão martelada das cordas dá um ar africano ao instrumento, permitindo uma agilidade tal que sugere dois músicos tocando. Por outro recurso da mão esquerda se obtém sonoridade parecida à dos sinos, alusão europeia. Veja (abaixo) a interpretação de Eduardo Isaac.
Destaco, como intérprete neste evento, a expressão convincente e envolvente de Joana Holanda, que com entusiasmo se dedica ao piano contemporâneo, divulgando inclusive partituras de mulheres compositoras.
Em setembro deste ano, também houve em Porto Alegre a III Mostra de Música Contemporânea, com recitais no Museu da UFRGS (leia nota). Em novembro realizou-se em Santa Catarina, conjuntamente ao VI Contemporâneo RS, o 2º Festival de Música Contemporânea Aliança Francesa― Sonoridades diferenciadas para o século XXI.
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