A temporada de palestras 2010 na Sociedade Sigmund Freud foi aberta por Catherine Lapolli, psiquiatra que cursa a formação no Instituto de Psicanálise de Pelotas.
Quarta-feira passada (17), ela expôs o tema "Vinícius ao som de Freud, Bion e Winnicott", ante uma plateia de umas trinta pessoas, principalmente psicólogos e psiquiatras. Sempre ao som de um CD de Toquinho e Vinícius, a palestrante falou uns 50 minutos e depois abriu para perguntas e comentários.
O trabalho de Catherine saiu em forma de artigo na coletânea de trabalhos "Construções" (na foto), representando Pelotas. A obra foi editada em 2009 pela Associação Brasileira de Candidatos (a analistas) e será apresentada em nossa cidade em abril próximo.
A ideia de analisar esta personalidade artística surgiu em 2008, com os 50 anos da Bossa Nova, e se realizou em 2009, quando a ABC fez 15 anos. Com apoio na biografia de José Castelo "O Poeta da Paixão", a psiquiatra relatou a história de vida de Vinícius de Morais (1913-1980, registrado como Marcus Vinitius Cruz de Moraes) e a deteriorada relação com a mãe adolescente. Aos 9 anos de idade retirou o sobrenome materno (Cruz), suas mulheres foram 9, e as horas que ficava na banheira (onde morreu, num dia 9) eram um modo de voltar aos 9 meses uterinos. A filha mais velha Susana Moraes mantém um sítio na internet sobre Vinícius (veja), oficial mas não completo.
Sem destacar demais as virtudes do admirado "analisando" mas respeitando profundamente as autodefinições do artista, Catherine situou Vinícius entre as personalidades melancólicas e adornou o poético sofrimento com arranjos dos psicanalistas Freud, Bion e Winnicott. Podendo ter usado a ocasião para dar uma aula sobre os três autores à luz de um poeta, preferiu deixar que o caso clínico falasse por si próprio, como o faz no Samba da Bênção, escrito com Baden Powell em 1968 (ouça, abaixo, a gravação em Mar del Plata, 1970).
2 comentários:
Essa eu perdi...!
Bj, Francisco! Excelente matéria!
Tê!
concordo com tua teoria parabens.
fernanda
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