Túlio Pinto introduziu cem toras de madeira em duas janelas de paredes internas, no segundo piso do velho edifício da Cotada. Deixando atrás os tradicionais talentos plásticos, a arte contemporânea utiliza materiais concretos para promover a autocrítica e a reflexão social.
Neste caso, a instalação-intervenção parecia representar o conselho bíblico de não considerar a palha em olho alheio e procurar ver as vigas no próprio, que - por incômodas e grandes que sejam - às vezes não as percebemos, pelo simples fato de serem parte do olho que vê.
Haverá nos pelotenses alguma tendência a criticar defeitos de outros, que na verdade pertencem ao observador, ou a lamentar-se pelos defeitos próprios, como se fossem uma tragédia? Ou estamos numa fase mais primitiva, em que nem percebemos que a visão está obstruída? Se não, busquemos remover esses obstáculos.
Fotos de Guitavares (1) e F. A. Vidal (2)
Fotos de Guitavares (1) e F. A. Vidal (2)
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