Ao alcançarmos a ponte de ferro sobre o Canal de São Gonçalo, o passageiro que viajava ao meu lado apontou para a paisagem das cercanias – clara em toda a sua extensão, ainda que uma névoa rasteira começasse a se formar em alguns pontos –, a superfície espelhada que íamos transpor, o verde regular da pastagem na margem direita, o pontilhismo de uma pequena manada, a face e o perfil dos prédios destacados contra o céu oriental, e disse:
— O frio geometriza as coisas.
Satolep, de Vítor Ramil
Cosac Naify, 2008, p. 20
Foto de Rafael Amaral (sítio da Prefeitura)
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