Fundado em junho de 2000, o MAPP vem fazendo há um ano exposições temáticas, com o objetivo de atrair o interesse dos pelotenses em direção ao Centro Comercial Zona Norte, base da associação artística e onde há - atualmente - ateliês de vinte de seus 250 membros. O Centro é popularmente conhecido como Shopping (não o sendo propriamente).
Reeditando uma ideia de 2008, o Movimento de Artistas Plásticos de Pelotas organizou em setembro passado a segunda mostra "Coleções em Exposição". Dia 28, o Diário Popular publicou uma reportagem, sem incluí-la inteira no site (leia).
A versão 2009 teve 44 expositores, o dobro do ano passado, a maioria deles artistas do MAPP que trouxeram suas coleções particulares (de arte, artesanato, souvenirs ou outros tipos).
As inscrições estiveram abertas à comunidade, pois o colecionismo não é costume somente de artistas. Exposições como estas envolvem sentidos e traços das pessoas, o que é uma boa forma de gerar interesse social sobre a arte.
Sexta da semana passada (2), fotografei parte da numerosa amostra e falei com alguns artistas. Com a gentil informação da presidente do MAPP, Graça Antunes (esq.), contei 62 coleções espalhadas pelos três níveis do Centro Comercial.
Somente no seu ateliê, o "Ar da Graça", havia três séries: 78 lápis, 22 cavalos e 31 pares de hashis (talheres de madeira chineses). A seguir, menciono algumas das outras coleções.
O grupo de menor número de objetos eram os 4 perfumeiros de Maria Fátima Martins, e a de maior tamanho foi a apresentada por Lígia Prestes, com cerca de 3500 botões reunidos durante umas cinco décadas (dir.).
A expositora mais idosa foi Hilda Martins, de 88 anos, que trouxe 37 exemplares de sua coleção de 300 canecas, cuidadosamente catalogadas. A mais jovem foi a menina de 4 anos Isabella Souto Pedrotti, que emprestou parte de seus bichinhos de brinquedo.
Sandra Kuhn trouxe conjuntos clássicos de selos e de postais, herança paterna.
Lília Costa também trouxe uma coleção do seu pai: as revistas Seleções de 1945 a 1984 (somente as edições de janeiro), duas datas de forte simbolismo emocional, pois marcam o nascimento da filha e a morte do pai.
A artista plástica Clara Macedo expôs partituras antigas, para piano e canto em maioria. Os documentos são um tipo de objeto não artístico em si mesmo, mas que evoca as artes musicais, presentes em nossa cultura desde o século XIX.
Um grupo muito especial - de "objetos" vivos - foram os bonsais de Maria Zoé Freitas (esq.).
Não somente artistas participaram desta exposição de valores, obsessões e gostos pessoais: a cronista social Marina Oliveira trouxe 50 cardápios especiais, trazidos de passeios por vários países (1ª foto acima).
O psicólogo William de Oliveira, que atende no Centro Comercial Zona Norte, se dispôs a participar, colocando 34 livros antigos de seu acervo particular, onde se contam alguns do século XIX. Eles estavam num grande armário (dir.) que abrigou uma dezena de coleções, como as mencionadas revistas de Lília Costa, 21 porcelanas de Maria Inês, e várias outras.
O jovem de 14 anos Ândrio Araújo emprestou 28 garrafinhas de bebidas (abaixo) e 19 documentos relacionados com Harry Potter.
A exposição foi desmontada esta semana, mas o MAPP está continuamente programando eventos imaginativos para atrair público ao Centro, onde além de ateliês há escritórios comerciais, uma costureira, uma esteticista e alguns consultórios médicos. A cafeteria merecerá uma nota especial, futuramente.
Fotos de F. A. Vidal
Um comentário:
Olá Francisco, agradeço por teres divulgado nossa mostra de coleções em exposição. Abraços. William de Oliveira
Postar um comentário