Segunda (19) o prefeito Fetter transmitiu o cargo máximo municipal ao vice-prefeito Fabrício Tavares (leia a notícia). O motivo foi uma viagem por poucos dias a Ouro Preto, onde foi lançado hoje (21) o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, que está por liberar R$ 150 milhões para a conservação de cidades de cultura emblemática.
Fetter, que é vice-presidente para a Região Sul da Associação Brasileira de Cidades Históricas, viajou com o Secretário Municipal da Cultura, Mogar Xavier. O gesto sinaliza que pretende mantê-lo no cargo, apesar da reforma administrativa e de polêmicas com a classe artística, e que considera a SeCult uma pasta politicamente forte e significativa.
Tavares, prefeito em exercício, convocou no dia seguinte (20) dois líderes políticos do setor cultural, para esclarecer dúvidas sobre duas Conferências Municipais de Cultura paralelas, convocadas no início deste mês: uma pelo Secretário (o que viajou com o prefeito) e outra pela Câmara de Vereadores, em consonância com o Conselho de Cultura (leia a notícia).Diz o site da Prefeitura:
Durante a audiência, Fabrício Tavares reconheceu o equívoco por parte da prefeitura ao anunciar a realização da Conferência, já que havia perdido os prazos legais para a referida convocação, e reconheceu como legítima a Conferência Municipal de Cultura convocada pelo Legislativo Municipal, em edital publicado na imprensa em 8 de outubro. Desta maneira, fica cancelada a realização da Conferência proposta pelo Executivo, que deverá participar da Conferência oficial que terá como local o Plenário da Câmara Municipal de Vereadores.
Na primeira semana de outubro, a cidade foi surpreendida pelo Secretário que anunciava a 3ª Conferência Municipal de Cultura (leia a notícia), ainda que fora do prazo e sem um documento oficial. Nesses dias, o setor artístico passou a apoiar o movimento Vigília Cultural, acolhido também pelos vereadores, em prol de políticas culturais participativas.
O Secretário seguiu defendendo a validade da sua convocação e qualificou os argumentos opositores como "conversa para boi dormir" (leia no Diário Popular). As relações chegaram a um ponto de alta tensão e agora o vice-prefeito veio restabelecer a racionalidade política nas relações com o meio cultural. No entanto, o divórcio entre discursos seguirá existindo e novas pontes e vinculações serão necessárias.
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