Não brinca comigo!?
Eu brinco
Tu brincas e ele assiste
Dispo a boneca de fantasias
E descubro ... meu brinquedo não existe
Exercendo o direito de sonhar
Os limites da brincadeira ...
Vida adulta e suas mesmices
A infância é o tempo em que se aprende a brincar e a sentir prazer com as coisas simples. Para valorizar esse período da vida, o Beiramar Shopping de Florianópolis apresenta, até este domingo (10), uma mostra inédita no Brasil, somente com brinquedos.
Mais de cem itens – alguns industrializados, dos anos 70, 80 e 90, como Pogobol, Falcon, Genius e boneca Moranguinho, e outros artesanais, como piões de madeira, carrinhos de rolimã e bambolês – podem ser vistos no Museu dos Brinquedos.
O evento também tem uma Brinquedoteca, aberta para o público brincar livremente, e uma Oficina de Brinquedos, onde as crianças aprendem a fazer petecas, pipas, cata-ventos e ioiôs.
A oportunidade serve para agradar pessoas de todas as idades, permitindo que se encontrem diretamente com objetos que marcaram nelas bons momentos da vida.
Esse acontecimento não tem relação direta com Pelotas, mas ele ganha sentido para nós pois foi visitado e relatado por nosso colaborador Nathanael Anasttacio, autor da poesia acima e do relato seguinte.
Saudade de mim, saudade de nós
Ao mudar-me de Pelotas no final de 2012, mergulhei num período de nostalgia. Deixar minha cidade natal, após anos protelando esta mudança, foi uma decisão bem difícil.
Genius, da Estrela |
Como já havia a intenção de montar um conjunto de postagens/correspondências para o blog Pelotas Capital Cultural, resolvi então unir minha saudade de Pelotas à saudade da minha infância, vivida toda na antiga Pelotas da década de 80.
Pretendo mostrar, por meio destas postagens, a cultura de outros lugares com o olhar de um pelotense nato. Meus devires e subjetividades irão permear meus comentários, tal qual fazemos ao narrar nossas viagens a amigos.
Pogobol |
Trata-se do Museu do Brinquedo, idealizado para acontecer no shopping tradicional de “FLORIPA”, o Beiramar Shopping.
Quem estiver na casa dos trinta anos, como eu, relembrará de muitos brinquedos que foram moda e desejo de muitos de nós, crianças da década de 1980 e comecinho dos 90.
Brinquedos futebolísticos: antiga bola de capotão, de couro preto, que aumentava de peso e de tamanho com o uso |
Brincar de copiar e colar [ controlC+controlV ]
Na prática das trocas simbólicas, o indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos. Estímulo, companhia e imaginação, desenvolvimento, construção de novos saberes. O jogo, o lúdico. Jogos simbólicos funcionando como mecanismos que aumentam os conhecimentos sociais e desenvolvimentistas.
Brinquedos podem ter marcas, brinquedos podem ter alma, podem ser educativos e com certeza deixam marcas na educação das pessoas.
Lúdicos e recreativos, eles, os brinquedos, ativam memórias de uma época muito especial na vida das pessoas. A infância.
Pula-pirata |
As “brincadeiras” e seus objetos comuns ajudam a introjetar valores sociais e dinâmicos, propícios ao status quo.
Brincar é um ato de reproduzir valores e aprender regras morais específicas. Quem não lembra dos grupos de crianças brincando de polícia-ladrão, onde todos queriam ser policiais e assim estabelecer a ordem prendendo os ladrões?
Desenvolvimento social, jogos colaborativos, dinâmicas de grupo, ícones retratados em brinquedos educativos.
Simbolismo introjetado, conjunto de regras ensinadas de forma lúdica e prazerosa, cheiro de infância.
Os brinquedos vão ficando mais sofisticados e complexos à medida que crescemos. Eles, como a brincadeira em si, servem a propósitos múltiplos em seres humanos e animais. Oferecem entretenimento, ao mesmo tempo cumprindo um papel educativo. Aumentam o comportamento cognitivo e estimulam a criatividade, auxiliando no desenvolvimento das habilidades físicas e mentais que serão necessárias mais tarde na vida.
Nathanael Anasttacio
Equipe de brincadores no Museu dos Brinquedos |
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