DVD somente se encontra em sebos. |
O livro saiu em outubro de 1971 pela Editora Globo de Porto Alegre, e esgotou sucessivas edições (em 1976 já estava na 14ª). Ainda eram os "anos de chumbo" e o escritor lançou críticas à hipocrisia social e aos abusos de poder antidemocráticos, indiretamente ao regime militar da época (Governo Médici).
As gravações foram feitas em 1993: nos estúdios da Cinédia, numa cidade cinematográfica em Jacarepaguá, em locações fluminenses (Petrópolis e Niterói) e em ruas de Pelotas, no bairro do Porto.
Conforme a Globo, 1200 figurantes locais participaram das filmagens, mas foram realmente uns 500. Aceves Moreno e Chico Meireles interpretaram os coveiros em greve e Flávio Dorneles fez um mendigo; um dos extras foi Gê Fonseca (informação dada pelo ator Vagner Vargas).
Conforme comentário da Veja, alguns atores pediam papéis, como Glória Menezes, que chegou a dizer ao diretor: "Paulo, sou gaúcha e ainda por cima de Pelotas, e você não deixou nem um papelzinho para mim?"
Na fictícia localidade gaúcha de Antares, uma greve dos coveiros deixa sete mortos sem enterro. Os defuntos se levantam e protestam pelo abandono, aproveitando de criticar livremente a sociedade dos vivos. O incidente se transforma em convulsão social e é preciso calar os mortos.
Capa da 11ª edição (1974) |
A história envolve crítica social, especialmente dirigida à cultura política brasileira, com elementos de terror clássico e de realismo fantástico (v. realismo mágico). Esta obra de Érico Veríssimo faz parte dessa corrente literária, que começou entre escritores hispano-americanos, nos anos 40 e é usado ainda hoje (v. Wikipedia).
Os nossos entes queridos mortos são partes de nosso psiquismo, que foram projetadas por nós em pessoas próximas (quando vivas), que constituem vinculações importantes como a figura materna, irmãos mais velhos etc. De repente, essas projeções deixam de funcionar e precisamos desligá-las de nossas vidas. Se negarmos essa perda (o sumiço do vínculo) ou se as pessoas mortas ressuscitassem, elas passariam a ser elementos semivivos de nosso interior psíquico e começariam a falar em voz alta nossos pensamentos ocultos (conteúdos latentes ou inconscientes, de modos inconvenientes ou inesperados para nossa consciência.
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