A coleção foi aumentando pelas constantes doações de muitas pessoas e Moura não parava de pesquisar, no Brasil e em outros países. Então foi inevitável dar ao material um ordenamento científico, aproveitando que em Pelotas existe um curso de Museologia.
Foi adquirida a loja do lado da farmácia, na Quinze de Novembro 612 (foto à direita), duas estagiárias da UFPel catalogaram todos os elementos e prepararam o novo espaço, para que a coleção - agora elevada à categoria de acervo museológico - ficasse disposta à visitação de público numeroso e catalogada no Sistema Nacional de Museus (veja a nota no site da UFPel).
A inauguração foi realizada na segunda-feira 23 de março, com uns duzentos convidados, inclusive autoridades, meios de comunicação e representantes do Conselho Federal de Farmácia. Afinal, Pelotas estava ganhando um novo museu e este é uma originalidade no Brasil, nascida do interesse cultural, do detalhismo e da sensibilidade do seu fundador (que também pagou todos os custos, mas não revela o valor do presente à comunidade).
Também é bom dizer: Beto Moura (dir.) é o mais entusiasta promotor, guia, recepcionista e garoto-propaganda deste museu; ele mesmo explica a história de cada peça desta grande coleção, como a história em quadrinhos feita em Pelotas, elemento que outros museus não têm.
O site do novo Museu Farmacêutico Moura ainda está em preparação, mas já é fato de interesse nacional (veja a notícia de Zero Hora). O Conselho de Farmácia de São Paulo identifica este museu como o 3º em seu tipo no Brasil (veja a nota).
Na internet achei uma dúzia de museus farmacêuticos brasileiros; pela informação disponível, o de Pelotas parece ser o maior em quantidade de peças (3 mil).
- O mais antigo da América do Sul é o Museu de Farmácia Antônio Lago, fundado em 1951 no Rio de Janeiro. Tem 450 peças e pertence à Associação Brasileira de Farmacêuticos.
- O Museu de Ciências Farmacêuticas Paulo Queiroz Marques , fundado em 2005, encontra-se na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e conta com 500 peças (veja a notícia).
- Em Curitiba, O Boticário mantém o Museu da Farmácia Augusto Stellfeld, conservando o patrimônio da família do primeiro farmacêutico da cidade, o alemão Karl August Stellfeld.
- Além dos 3 anteriores e do Museu Moura (dir.), o Sistema Nacional de Museus registra alguns outros estabelecimentos relacionados com a farmacêutica, como o da Santa Casa do Pará, o Museu Professor Lucas Marques do Amaral (Juiz de Fora), Santa Casa do Rio de Janeiro, Museu da Farmácia da USP e Museu da Escola de Farmácia (Ouro Preto).
- Em Araruna, Paraíba, há um Museu da Farmácia em processo de formação desde 2002.
- Ainda em São Paulo, a "Pharmacia Drogamérica" tem um museu com 150 peças.
- O Museu da Farmácia de Niterói é um site voltado à cultura da Farmácia; autodenomina-se "museu virtual", trazendo algumas informações de valor histórico, mas não reconhece a existência de museus brasileiros nesta área.
Em sua primeira semana de atendimento, o Museu Farmacêutico Moura estava sendo visitado por umas 200 pessoas diariamente, ainda sem receber grupos. Só uma parte do acervo está em exposição, pois o material é muito e o espaço está sendo organizado aos poucos, com uma cafeteria por habilitar-se e o segundo piso ainda sem uso.
Há material em exposição em vitrines, nas paredes, em mesas, álbuns, depósitos especiais e num DVD.
É permitido tirar fotos, mas as museólogas pedem que não se use flash, como forma de preservação do material. Esta norma terá que ser revisada, considerando que boa parte do acervo está protegida por plástico e vidro, e alguns elementos estão expostos justamente para manipulação (sendo absurda nesse caso a proibição do flash). De qualquer forma, os vidros criam tal quantidade de reflexos que se faz impossível fotografar detalhes - somente a clássica lembrança "eu estive aqui".
Fotos de F. A. Vidal (1-4).
Imagens fornecidas por Beto Moura (5-6).
Fotos de F. A. Vidal (1-4).
Imagens fornecidas por Beto Moura (5-6).
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