Em maio de 2008, Rubens Filho descobriu na rua Lobo da Costa uma esquina surrealista, talvez a única do mundo que ainda não foi dobrada.
Trata-se de um ponto de vendas da "Esquina da sorte", bem no meio da quadra entre Santa Tecla e Saldanha Marinho (veja o post). O pequeno espaço comporta um brechó de roupas - parecido aos do camelódromo que está justamente defronte - e funciona também como lotérica.
Quem observar com cuidado o mapa urbano de Pelotas encontrará o curioso paradoxo de que essa "esquina" está no lugar certo: bem nesse ponto, a Lobo da Costa deveria cruzar com a Santos Dumont, se esta se prolongasse ao sul da Praça Cipriano Barcelos.
De fato, a Santos Dumont começa na João Manoel e se interrompe na Uruguai. Reaparece aqui, de modo fictício, como se bordeasse o lado oeste da praça - a mesma que o povo conhece como Praça do Pavão ou dos Enforcados - e continua a partir da Marechal Floriano até entroncar com a Fernando Osório.
Dois anos depois, a simbólica esquina - entre duas garagens (esq.) - ainda não teve a sorte de ser dobrada, mas não perde a esperança. Aos poucos, nossas ruas serão recuperadas e a cidade perderá estas simpáticas contradições.
Fotos de Rubens Filho (1) e F.A. Vidal (2)
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