Foi o que fiz em nota anterior sobre ciclovias (veja), transcrição de artigo do prof. Aluísio Barros em que ele indicava dois vídeos.
Bem menos comum é que um jornal impresso informe por extenso um endereço de internet. Os meios não são compatíveis: se um leitor do jornal quisesse ver as imagens, teria que digitar o código no seu computador. Hoje, a regra é fazer tudo pelo caminho rápido, e esquecer as vias lentas. Asfaltam-se as ruas, e os engenheiros concebem ciclovias inúteis - estreitas demais ou cheias de voltas e paradas.
Imagina agora o leitor que um jornal de tendência conservadora, não muito acostumado com a internet, forneça um endereço de vídeo num artigo de sua edição impressa? Acredite se quiser: o nosso Diário Popular fez isso há poucos dias, terça 15 de dezembro, nessa nota que acabo de citar.
E o jornal - que tem portal na internet - reproduziu o texto na sua edição online? Inexplicavel e lamentavelmente, não! O veículo não se move na internet, nem quer destacar-se por isso. Os internautas não viram o artigo do professor, e os assinantes deixaram o complicado link na folha impressa.
Cinco dias antes, o Diário alfinetava o projeto municipal de ciclovias, magnificando artificialmente uma suposta oposição dos lojistas, na reportagem que o professor respondeu: Comerciantes reclamam de ciclovia na Andrade Neves (esta foi ao portal da internet).
Em agosto, outra matéria, meio alarmista, criticou a mesma ciclovia (leia), mas engana-se quem pensar que o Diário tenha algo contra o uso de bicicletas: em outubro, um editorial defendeu abertamente o ciclismo na cidade (leia) e, em dezembro, uma notícia mostrou o passeio solidário da Escola Hipólito Leite (veja aqui).
As críticas do decano se dirigem, consistentemente, contra as ações da prefeitura, seja pela falta de asfalto ou pelas supostas desvantagens das ciclovias. Não parece haver aí um conteúdo ideológico que separe o pensamento do jornal e do governo municipal, mas somente uma guerrinha de minúcias políticas.
Metrópoles brasileiras já descobriram que as ciclovias não solucionam o problema do transporte se não houver um entendimento entre os usuários do espaço urbano.
- Um blogue paulista publicou em 2008 a nota Ciclovias não são a solução milagrosa;
- outro, em abril de 2009, escreveu Ciclovia não é prioridade.
- Em julho, outra nota veio de Curitiba: Ciclovia não é a solução.
Pelotas se presta para as ciclovias, mas os cidadãos não estão acostumados a suas vantagens, mergulhados no egoísmo e na prepotência. Carros avançam sobre ciclistas, bicicletas avançam sobre pedestres nas calçadas, e até pedestres ocupam as ciclovias do Areal, do Fragata e da Dom Joaquim. Ao contrário, em Copacabana (esq.), as bicicletas vão pela ciclovia e as pessoas pelo calçadão.
O problema é complexo, mas tem solução pelo lado humano e social, não de simples engenharia.
Imagens da web
1-Passeio Ciclístico da ECOJUS Pelotas
2-Ciclovia da Andrade Neves
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