Quarta-feira passada (13), Auildo Munhoz apresentou com sucesso uma nova produção musical, "Canções Eternas", renovando repertório, recursos cênicos e artistas que o acompanham.
Após dois anos de "Duetos" com Cristina Sorrentino, onde chegou a colocar águas dançantes no fosso do Teatro Guarani, Auildo agora fez-se acompanhar por duas cantoras, um mímico, um grupo de bailarinos, locutor, sambistas e uma orquestra de câmara tocando ao vivo (cordas clássicas, violão, baixo, sopros, teclado e percussão).
Como meios cenográficos: variedade de luzes no palco, teto (esq.), camarotes e fachada, chuva de neve-espuma e de papel celofane picado, fumaça, tochas de fogo falso, entrega de flores à plateia por parte do mímico representando Chaplin (abaixo) e do próprio cantor - uma profusão de recursos para que o público se sentisse no meio de uma grande festa, não só musical mas de todos os sentidos.
A abundância festiva se acompanha do poder econômico, pois tantos meios custam dinheiro - várias mudanças de roupa para os artistas, amplificação de som, cenografia, músicos vindos de Porto Alegre e a filmagem de tudo para um novo DVD.
Os percussionistas e o baixo eram de Pelotas, e tiveram passagens pagas para ensaiar na Capital com os demais músicos.
Talento natural e muito estudo dão à voz de Auildo um grau de excelência em volume, respiração, afinação e expressividade. Seu lado fraco, que tem melhorado de modo notável, é na expressão corporal; preocupado do canto, como se estivesse num estúdio de rádio, ele se limitava a caminhar pelo palco, como personagem de uma demorada ária, às vezes movendo-se sem muita graça. Hoje ele desce até o público, entrega flores, toma a soprano pela mão, e aponta com o dedo em cada repetição do bolero: quizás, quizás, quizás (esq.). Com certeza, irá organizando com sua simpatia gestos sempre novos, ainda que não totalmente espontâneos. Falhas imperceptíveis para o público devem-se, como de praxe em conjuntos musicais, a falta de ensaio.
Os espetáculos de Auildo têm crescido, juntamente com ele (como cantor de música popular), o que se transforma, em Pelotas, numa espécie de evento turístico multisensorial. No entanto, está havendo um exagero na quantidade de elementos para chamar a atenção, como se já não bastasse o conteúdo altamente sonhador e sedutor das letras (Only you, La vie en rose, Come prima, Pela luz dos olhos teus).
A ingenuidade romântica chegou à saturação com a leitura de um texto apócrifo atribuído a Chaplin (Vida), enquanto um violinista repetia incansavelmente a melodia "Eternally", esta sim de Chaplin, do filme "Luzes da Ribalta". A Wikiquote (coletânea de citações) informa a autoria do texto como "atribuição incorreta", reconhecida no Brasil pela Biblioteca Nacional.
Canções tocantes e vozes maravilhosas entendem-se muito bem com a sobriedade e a suavidade de uma orquestra de cordas ou de um mímico caracterizado. No entanto, Pelotas aceita bem e até premia com entusiasmo excessos ruidosos como este.
Fotos de F. A. Vidal.
Um comentário:
MEU MAIOR DESEJO, É TER O AUILDO, CANTANDO, SÓ PRA MIM, NUM PALCO MONTADO ESPECIALMENTE PARA ESSA OPORTUNIDADE,EM MEU JARDIM, CHEIO DE HOLOFOTES E AQUELE CASAL, DANÇANDO O TANGO.... INESQUECÍVEL !!!! AMO DE PAIXÃO, CADA UMA DE SUAS APRESENTAÇÕES, E ADMIRO O EXPRESSO EMBAIXADOR, POR SUA GENEROSA E SEMPRE ATUANTE COLABORAÇÃO. BRAVO !!!!!!!!!!!!!!!!!
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