Ela traz ao Corredor Arte uma criação inovadora em vários aspectos: é uma obra que foi pensada e realizada especialmente para o lugar em que seria exposta, é um hibridismo entre desenho, pintura e fotografia, e inspira-se na fotografia de pessoas pulando, proposta de Philippe Halsman (1906-1979). O fotógrafo letão nacionalizado americano inventou a "pulologia", o estudo da espontaneidade humana através do registro de pessoas concentradas no ato de saltar.
Neste caso, Marina fotografou o corredor onde se realizam as mostras no Hospital-Escola e pediu a alguns funcionários que pulassem para ela. As primeiras reações das pessoas foram de estranheza, mas três pessoas entraram na brincadeira, sendo que poderiam ser as menos disponíveis a isso: integrantes da Unidade de Tratamento Intensivo.
Logo, a artista fez desenhos em papel com carvão e tinta acrílica, a partir de detalhes das fotos. A combinação, em tons de cinza, gerou novos elementos no processo de criação, como o movimento da tinta escorrendo enquanto a pessoa está no meio do pulo.
O que o espectador percebe mais diretamente são figuras do próprio corredor e de partes de pessoas em posturas incompreensíveis. Sem a presente explicação, a pessoa que passa pelo corredor somente sentiria uma espécie de corte - como um grito seco - no meio do ato de caminhar.
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