David Coimbra, editor-chefe de Esportes, veio a Pelotas e praticamente lotou o auditório da UCPel "Dom Antônio Zattera" com estudantes e professores (abaixo), a maioria do curso de jornalismo e vários admiradores de seus livros, crônicas e programas de rádio e TV.
A atividade gerou maior interesse que a média de aulas inaugurais e palestras feitas por escritores e intelectuais famosos pela mídia. O formato foi o típico em lançamentos de livros: um anfitrião apresentando o escritor, que fala uns minutos e logo responde a perguntas do público.
Nessa segunda parte, a prolongada e intensa interação com o público lembrou o programa Inside the Actors Studio (Sanguiné no papel de James Lipton, e o "convidado" fazendo o mocinho talentoso, sábio e desalinhado).
Das 19h às 19:30, Coimbra falou de sua reportagem na selva boliviana, remarcou com dramatismo a importância da leitura para ser feliz na vida, e contou um emocionante episódio num banheiro japonês. Disse que se houvesse perguntas, ele ficaria mais um pouco. Um microfone sem fio ficou rodando pela plateia até depois das 21h. A isto muito ajudaram a boa disposição do visitante e do anfitrião a facilitar o diálogo, como deve ser numa universidade.
Na foto à direita, uma das tradutoras de LIBRAS e o cinegrafista Marcelo Pires, da TV UCPel. O aluno surdo, no final, também fez uma pergunta.
Na primeira fila, um blogueiro fazia uma nota (esq.), com foto tomada na hora (dir.). Era o jornalista de ZH em Pelotas, Giacomo Bertinetti. O post saiu no blogue de David Coimbra no dia seguinte às 8:01, com informação ultrarresumida (veja no dia 6 de maio).
ZH nasceu em 4 de maio de 1964 expressamente para apoiar o regime militar, um mês depois de o novo governo fechar o jornal populista de esquerda Última Hora, cujo prédio e máquinas deram uma aparência de continuidade ao jornal (leia detalhes históricos no blogue de Lauro Dieckmann, posts de 31-03-09, e 18 e 23-11-08).
David Coimbra fez 47 anos dia 28 de abril, mas ainda parece um guri travesso. Já era nascido no dia do golpe militar, mas não se referiu à origem de Zero Hora; somente mencionou que os donos, como qualquer empresário, querem ganhar dinheiro com sua atividade (elegante alusão ao capitalismo). Ele já trabalhou como assessor de imprensa da Editora Sulina, mas foi a RBS que lhe deu um emprego estável e emocionante ao mesmo tempo. Ao sair da faculdade, queria trabalhar na Caldas Júnior, mas ela fechou suas portas naquele ano. Conta ele que buscou emprego no interior, inclusive num jornal em Pelotas, mas não foi aceito.
A história do banheiro japonês foi relatada com todo o suspense e sarcasmo típico das crônicas de David Coimbra. O repórter se encontrava por primeira vez numa "patente" rodeada de painéis e botões coloridos, parecidos aos de um computador. Um deles lhe chamou a atenção: parecia um ômega [ ω ] e com um traço vertical embaixo (na foto à direita, de outro blogue RBS, é o signo da esquerda). Para que serviria? Os outros jornalistas brasileiros não sabiam, nem se tinham atrevido a apertá-lo.
O bravo jornalista gaúcho então se propôs a missão de revelar esse mistério para os leitores de Zero Hora (e para todo o mundo ocidental): ainda sentado no vaso, tomou coragem e fez clique. De baixo saiu um jato quente com perfeita pontaria. "Foi tão legal!!!" - com esta exclamação ele terminou de explicar o sentido do ícone, sem perder a pose. Missão cumprida!
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